sábado, 25 de outubro de 2008

Metallica - Death Magnetic

Por Rafael Ordóñez

Bom, depois de algumas viagens e muito atraso, aqui estou eu pra falar de um lançamento que, pra muitos, não entra nem numa lista de 10 favoritos do ano por exemplo, mas talvez tenha sido, de longe, a maior (e melhor) surpresa de 2008, com relação ao Rock, lógico.




E essa surpresa tem nome: Death Magnetic. Primeiro de estúdio do Metallica desde o fiasco St. Anger (2003), lançado a 12 de setembro de 2008 em todo o mundo pela Warner Bros Records em versões de LP's e Boxes além do CD convencional, produzido por Rick Rubin (conhecido pelo trabalho com o Slayer). Mas antes de mais detalhes, um pouco de história, mesmo que bem resumida, pra contextualizar.



O Metallica foi, e ainda é uma das maiores influências na história de música pesada, e seria redundante gastar linhas e mais linhas me derretendo em elogios à fase àurea da banda, então, falemos sobre o que fez a banda pra que fundasse seus alicerces na mundo da música.


Kill 'Em All (1983): O primeiro álbum do Metallica, considerado por muitos fãs mais antigos, o melhor trabalho da banda. Foi um dos precursores do thrash metal americano, uma vertente mais rápida e mais pesada do Heavy Metal tradicional inglês. Musicalmente falando, o álbum é justamente como manda o estilo: rápido e pesado. Também foi aqui que ficou marcada a formação clássica da banda, com James Hetfield no vocal e guitarra base, Kirk Hammet na guitarra solo, Cliff Burton no baixo e Lars Ulrich na bateria, que seguiu até o clássico Master Of Puppets.

Ride The Lightning (1984): No segundo trabalho de estúdio, a banda diminui a velocidade e mostra grande evolução técnica, além de composições memoráveis como For Whom The Bell Tolls, e a balada Fade To Black. "Inspiração" talvez a palavra chave pra definir esse álbum.

Master Of Puppets (1986): Aqui temos um dos melhores álbuns de Heavy Metal já lançados. O tracklist é composto por grandes clássicos do início ao fim. É impossível não sentir a vontade de quebrar alguma coisa ao som de Battery, não se empolgar com o riff da faixa título, ou não se emocionar com a instrumetal Orion. Esse disco é o meu favorito do Metallica, assim como de 80% dos fãs da banda, generalizando.

...And Justice For All (1988): Disco que marca a morte do baixista Cliff Burton, uma das maiores perdas no mundo do rock, e a entrada de Jason Newsted. E o clima fúnebre se reflete na música da banda. O álbum apresenta composições bem maiores e mais trabalhadas do que de costume, e todas de caráter obscuro. Aqui também foi de onde saiu o primeiro videoclipe da banda, pra faixa One.

Metallica/Black Album (1991): Divisor de águas na carreira da banda e maior sucesso comercial obtido. Talvez seja essa a melhor definição para o Black Album, que apesar de ser um ótimo disco, apresenta outro Metallica. Uma das produções mais influentes até os dias de hoje, vinda das mãos de Bob Rock, o álbum é ícone de uma geração. Vale também lembrar que o clipe de Enter Sandman encheu o saco de muita gente ao ser exibido exarcebadamente no canal MTV na época.

Load (1996): Aqui começa a descida na montanha russa do Metallica. O álbum contém algumas boas composições como Until It Sleeps e Wasting My Hate, mas de resto é pouco convincente. O thrash metal praticado pela banda nos anos 80, que já mostrava sinais de desaparecimento em Black Album, aqui já não existe mais, dando lugar a um rock moderno e extremamente comercial.

Reload (1997): Nada mais do que a continuação de Load. Apresenta alguma faixas melhores do que as de seu antecessor, como Fuel e The Unforgiven II (essa que repete a fórmula de sua irmã mais velha, contida em Black Album, e é muito boa).

S&M (1999): Como é um álbum ao vivo, seria encher linguiça falar dele aqui, não fosse pelo fato de ser uma gravação extremamente superestimada, quando é no máximo interessante por ter sido gravado ao lado da Orquestra Sinfônica de São Francisco. Aqui são revisitados alguns clássicos dos anos 80 e alguma faixas mais novas.

St. Anger (2003): Depois de muita terapia e do lançamento do famigerado documentário Some Kind Of Monster, o Metallica aparece com seu mais novo álbum de estúdio e... BAM! Cai de costas no fundo do poço! Alguns dizem que foi culpa da produção de Bob Rock, outros que a banda tentou cair na do New Metal, etc... mas o que todos tem certeza é de que esse álbum é insuportável. Vocais e guitarras incoerentes e mal mixadas e a famosa bateria com som de baldes e panelas, além do baixo que não se ouve. E por falar em baixo, esse álbum também marca a saída de Jason Newsted e a entrada e Rob Trujillo.

E depois de muita enrolação... Death Magnetic (2008):

Ao dar o play, não se sabe o que esperar ao ouvir uma estranha batida de coração como intro. Talvez seja esse o sentimento em que o fã se encontra ao dar o play em um álbum que vinha causando extremo alvoroço no mundo musical antes de seu lançamento... e por que não depois?

A batida, que após alguns segundos se torna a pesada e ótima That Was Just Your Life, é certa. A espera valeu. E o que se segue não desaponta. Da primeira faixa à quarta, The Day That Never Comes, a banda não deixa cair a peteca, e, ao chegar na faixa de número 5, a impressão que tive aos (exatos) 0:37 segundos, foi de estar ouvindo a guitarra de Kerry King (Slayer) "moendo" na melhor faixa do disco, All Nighmare Long.

Logo após, temos a (me desculpem) horrível Cyanide, que não convence, e acaba por ser uma filler, mesmo que esteja entre as favoritas dos membros da banda. The Unforgiven III não remete às anteriores, mas é uma boa faixa e uma jogada comercial melhor ainda. The Judas Kiss novamente levanta o astral do disco, e mostra que o Metallica ainda está aí, mesmo que o vocal de James Hetfield não esteja lá aquela maravilha, e o velho Lars Ulrich não esteja mais tocando tanto quanto antes, ao contrário do baixista Rob Trujillo, que vive uma ótima fase, e encontrou liberdade pro seu instrumento nesse disco. Por último, Kirk Hammet, que não tirou o pé do wah-wah por nada nesse álbum, continua com boa performance, e aparentemente, não mostra sinais de decadência.

A instrumental Suicide & Redemption é uma filler que mais lembra uma jam inspirada, e a última faixa, My Apocalypse é uma música da qual não se tem do que reclamar, tanto que já rendeu à banda um videoclipe.

Os primeiros reviews que li sobre Death Magnetic, não se continham em comparações à discos anteriores, por exemplo: "uma mistura de ...And Justice For All e Black Album...", e acho que importante ressaltar que comparações do gênero são injustas à carreira da banda, visto que Death Magnetic é nada mais do que o reerguimento da banda à classificação "Metal".

Tracklist:

"That Was Just Your Life" – 7:08
"The End Of The Line" – 7:52
"Broken, Beat & Scarred" – 6:25
"The Day That Never Comes" – 7:56
"All Nightmare Long" – 7:57
"Cyanide" – 6:39
"The Unforgiven III" – 7:46
"The Judas Kiss" – 8:00
"Suicide & Redemption" – 9:57
"My Apocalypse" – 5:01


Nota: 8,0 - como eu tinha dito, não é uma obra prima, mas sim, uma grande supresa.

Por hora, este foi meu último - se é que posso chamar assim - review. Qualquer dúvida, sugestão, xingamento ou crítica, faça um comentário direto no blog, mande um e-mail pra noanchovas@yahoo.com.br, ou me procure por aí.

Antes do fim do ano, apareço novamente por aqui pra falar do novo disco do AC/DC - Black Ice - que com certeza, estará na minha lista de 10 melhores do ano!

Obrigado!

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Alice Cooper - Along Came A Spider

Por Rafael Ordóñez

Conforme o prometido, aqui estou eu pra falar do segundo de três álbuns de rock que fizeram, não só a minha felicidade, mas de muitos fãs dessa vertente tão querida por todos nós neste segundo semestre.



Apresento-lhes então, Along Came a Spider. 25º trabalho de estúdio de Alice Cooper que segue Dirty Diamonds (2005). O álbum teve lançamento marcado ainda para o ano de 2007, mas devido à problemas de agenda, pudemos conferir as novas faixas de Alice e sua banda, que conta com Keri Kelli e Jason Hook (guitarras), Chuck Garric (baixo), e Eric Singer (bateria, Kiss), somente durante este segundo semestre.

O álbum, conceitual, já introduz o ouvinte à estória logo de cara, com uma narração de Calico Cooper, esposa de Alice. O que se segue, é nada mais do um moderno, e ao mesmo tempo clássico, rock'n roll típico de Alice Cooper de álbuns como Welcome to My Nightmare (1975) e Alice Cooper Goes To Hell (1976), chamado "I Know Where You Live". A introdução proporcionada por essa faixa no mínimo apaixonante e apesar dos elementos modernos presentes, como a produção, remete o ouvinte aos primeiros trabalhos do vocalista ao lado da Alice Cooper's Band.

Alice Cooper

E aquela atmosfera animada e ao mesmo tempo irônica criada com maestria por Alice Cooper predomina por todo o restante do disco, salvo as lindas baladas "Killed By Love" e "Salvation",que, sem dúvida alguma, figuram entre as melhores do vocalista, como "How You Gonna See Me Now" e "I Never Cry".

Um ponto que é importante ressaltar, é que, Along Came a Spider, por ser conceitual, não implica àquela audição massante e cansativa com todos aqueles elementos de produção e composição, como músicas ligadas umas às outras e introduções a cada duas faixas. Muito pelo contrário. As faixas não são interligadas, são individuais e merecem ser ouvidas, cada uma, com bastante atenção, e, imagino que, com o encarte em mãos (fato que não me condiz), a audição Along Came A Spider, deve se tornar uma experiência ainda mais interessante!

Tracklist do álbum:


1 - "Prologue / I Know Where You Live" - 4:21
2 - "Vengeance Is Mine" - 4:26 (Participação de Slash)
3 - "Wake The Dead" - 3:53 (Participação de Ozzy Osbourne)
4 - "Catch Me If You Can" - 3:15
5 - "(In Touch With) Your Feminine Side" - 3:16
6 - "Wrapped In Silk" - 4:17
7 - "Killed By Love" - 3:34
8 - "I'm Hungry" - 3:58
9 - "The One That Got Away" - 3:21
10 - "Salvation" - 4:36
11 - "I Am The Spider / Epilogue" - 5:21

Faixas bônus pro iTunes:


1 - "Shadow of Yourself"
3 - "I'll Still Be There"
4 - "Salvation" (Acústica)

Nota: 9,0 - Excelente lançamento!

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Queen - The Cosmos' Rocks

Por Rafael Ordóñez

Desde o final do ano de 2007, vinha matutando comigo mesmo que 2008 seria um excelente ano pra música, principalmente no caso do rock, minha vertente favorita. Com o passar dos meses, minha teoria foi se revelando verdadeira, dados os lançamentos de discos como o maravilhoso Wake The Sleeper, do grupo britânico Uriah Heep, o moderno Good To Be Bad do Whitesnake, e o bombástico Nostradamus do Judas Priest, que apesar de incomum e polêmico, foi de meu agrado.


Após o frio mês de julho, e ao decorrer de agosto e setembro, o lançamento de três maravilhosos discos causaram à este que vos escreve, se é que posso dizer assim, um verdadeiro "orgasmo musical". E, por ordem reversa de audição, falarei um pouco sobre cada um desses 3 discos, ou seja, terão meu parecer sobre o último disco que ouvi.



O novo trabalho de estúdio de Brian May (guitarra), Roger Taylor (bateria) ao lado do vocalista Paul Rodgers, foi uma surpresa esperada. Esperada pois a banda, desde sua união ao veterano vocalista, que já participara das bandas Free e Bad Company, falava na gravação de um novo disco de estúdio. E surpresa porque não consigo pensar em outra palavra para definir minha primeira impressão ao ouvir essa grande atuação da banda que já não conta mais com o lendário Freddie Mercury.

Roger Taylor, Paul Rodgers e Brian May

The Cosmos's Rocks nada mais é do que a reinvenção da música do Queen ao lado de Freddie Mercury. Foram resgatadas características do passado da banda, como a inconfundível marca de Brian May e sua monstruosa técnica, e o rock'n roll de discos como Queen II (1974) e News Of The World (1977), somados à uma produção digna e a experiente voz de Paul Rodgers, que ainda figura entre os melhores vocalistas do mundo, e basta uma pequena audição de seu disco solo ao vivo Live In Glasgow (2007), onde Paul executa vários de seus clássicos da época de Free e Bad Company (além de uma faixa de The Cosmos' Rocks, Warboys), para perceber que o vocalista, mesmo ao vivo, impressiona horrores.

O disco foi lançado a 15 de setembro na Europa, e sua data de lançamento na América do Norte está marcada para o dia 28 de outubro. Sabe-se lá quando será lançado por aqui, tomara que não demore.

As Faixas de The Cosmos' Rocks são:

1."Cosmos Rockin'" - 4:10
2."Time to Shine" - 4:23
3."Still Burnin'" - 4:04
4."Small" - 4:39
5."Warboys (A Prayer for Peace)" - 3:18
6."We Believe" - 6:08
7."Call Me" - 2:59
8."Voodoo" - 4:27
9."Some Things That Glitter" - 4:03
10."C-lebrity" - 3:38
11."Through the Night" - 4:54
12."Say It's Not True" - 4:00
13."Surf's Up... School's Out!" - 5:38
14."Small (Reprise)" - 2:05

Nota: 10,0, com louvor (e em termos de melhores do ano, na minha opinião, só não superou Mr. David Coverdale e o Whitesnake com seu excelente Good To Be Bad).

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Garrafas promocionais da Coca-Cola zero

A Coca-Cola, em parceira com a Sony, diponibilizou uma edição especial de sua franquia de Coca-Cola zero para divulgação do novo filme de 007, Quantum of Solace. As novas embalagens foram disponibilizadas apenas para o Reino Unido.
Confira como ficou:

Além de Daniel Craig, como James Bond, o filme tem no elenco Gemma Arterton, Judi Dench, Jeffrey Wright, Giancarlo Giannini, Anatole Taubman e direção de Marc Foster. A estréia está marcada para o dia 7 de novembro.

Por Víctor Martins.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Crítica: Star Wars - The Clone Wars


(Star Wars – The Clone Wars, USA. 2008. 98 min. Animação, Aventura, Ficção Científica)
Direção: Dave Filoni
Roteiro: Henry Gilroy, George Lucas
Elenco (vozes): Matt Lanter (Anakin Skywalker), Ashley Eckstein (Ahsoka Tano), James Arnold Taylor (Obi-Wan Kenobi), Tom Kane (Yoda), Samuel L. Jackson (Mace Windu), Christopher Lee (Conde Dookan).


Uma vez que você entra na teia de George Lucas, é difícil escapar. A armadilha foi preparada há mais de trinta anos, quando chegou aos cinemas o primeiro filme da saga Star Wars (Guerra nas Estrelas). A trajetória da família Skywalker e Cia não só revolucionou a indústria do cinema, mas cativou gerações. Quando se é fisgado por este universo de aventura mítica em uma galáxia muito distante, sempre há expectativa pelo próximo capítulo. Mesmo quando eles não valem os trocados que dispomos para engordar ainda mais o bolso do Sr Lucas. O fato é que cada anúncio de uma nova produção parece gerar nos fãs, literalmente, Uma Nova Esperança.


O anúncio da nova trilogia causou rebuliço, mas ficou aquém do esperado. A expectativa era por uma fantástica história tensa e dramática sobre como Anakin Skywalker, destinado a ser o maior Cavaleiro Jedi de todos os tempos, se converteu no temível Darth Vader. Q que acabamos vendo na tela foi um espetáculo visual apurado, mas munido de um roteiro pouco inspirado. No entanto, é engraçado notar que o reacendimento do interesse pelo universo Star Wars gerou ótimos produtos fora do cinema, que compensaram o desempenho morno dos filmes. No meio destes destacou-se a animação Star Wars: Guerras Clônicas. Exibida no canal Cartoon Network, a série era composta de episódios curtos dirigidos por Genndy Tartakovsky, criador de O Laboratório de Dexter e Samurai Jack. A qualidade da ação e das tramas apresentadas no desenho ofuscou os próprios filmes, mostrando que as guerras ocorridas entre os episódios II e III poderiam ser amplamente exploradas. Daí surgiu a idéia de se fazer uma nova série, agora em animação computadorizada, explorando melhor o potencial desse aspecto da franquia.

O Cavaleiro Sombrio e a menina prodígio

O longa que chega agora aos cinemas é uma compilação do primeiro arco de episódios da nova telessérie. A guerra está cada vez mais acirrada entre a República e os Separatistas, com ambos os lados percorrendo a galáxia em busca de apoio. A fim de conseguirem forjar uma aliança com o poderoso contrabandista Jabba – o Hutt – os Republicanos enviam o cavaleiro jedi Anakin Skywalker em uma importante missão. Junto a ele, uma companhia inesperada e mal recebida: a jovem Ahsoka Tano, escolhida para ser aprendiz (padawan) do impulsivo herói. No seu caminho, eles serão perseguidos pelo sinistro Conde Dookan e sua principal assassina, Asajj Ventress, que tentarão a todo custo frustrar seus planos.

"Poder do Mito"? O negócio de Lucras agora é cores, luz e sons de combate

A introdução da nova personagem, Ahsoka Tano, gera sentimentos dúbios. Ver Anakin lidando com uma padawan pode parecer estranho inicialmente, mas faz sentido ao percebermos que essa missão foi dada para que ele aprendesse a lidar melhor com a responsabilidade de seus atos. Quando interagem, porém, a dupla fica parecendo mais um casal de irmãos trocando farpas e competindo entre si, apesar da inegável empatia. Uma decorrência engraçada do surgimento de Ahsoka nos faz pensar: levando em conta o fato de que ter sido a única aprendiz de Anakin é algo relevante, o que deve ter ocorrido com ela para que sequer fosse mencionada nos outros capítulos da saga? A resposta mais convincente que me vem à mente só pode ser “um fim extremamente trágico” (me desculpem crianças).

A melhor fase cena do videogame filme


E por falar em diálogos e relações, é na hora que os sabres são apagados que surge o principal defeito da animação. A expressividade facial e de movimentos sutis estão muito aquém do que vemos hoje em dia em produções 3D para cinema. Um mergulho mais a fundo nos fundamentos das obras-primas da Pixar e até mesmo de clássicos 2D da Disney trariam um ganho neste sentido. Por outro lado, o visual cartunesco e altamente estilizado é um ponto positivo que ameniza tais características.


Clone Wars está muito distante de ser uma peça relevante para a hexalogia de filmes. Seu objetivo é claramente proporcionar uma boa dose de aventura que gere expectativa para a nova série animada, na qual o diretor insiste que a trama terá maior destaque. Com o espírito despretensioso de quem gostaria de revisitar velhos lugares e presenciar uma boa ação jedi, o espectador deverá sair satisfeito do cinema. As seqüências de combate envolvendo os Clone Troopers e, principalmente, a cena da batalha na montanha são realmente sensacionais. Quanto àquela sensação de sair do cinema cativado por personagens inseridos numa saga realmente heróica, ainda não foi dessa vez que Lucas fez jus ao próprio legado.


Nota: 6,5/10 (Se tiver a paciência de remover as anchovas, a calabresa dá pro gasto)

Por Diego Araújo

sábado, 2 de agosto de 2008

sábado, 26 de julho de 2008

terça-feira, 22 de julho de 2008

Final Fantasy IV: é a SquareEnix domimando o portátil da Nintendo


Por Fernando Rodrigues

Não existe gamer que nunca ouviu falar de Final Fantasy. Acontece que boa parte dos fãs dessa franquia que conquistou milhões de jogadores foram se introduzindo aos poucos neste universo. FF VII foi o grande campeão, ainda que até hoje não tenho sido lançado um episódio ruim. É esse motivo que torna esse remake para o DS tão importante: a chance de conhecer um clássico de 1991.

Por mais que minhas expectativas eram altas, havia um certo receio. Afinal de contas, FF III foi apenas um bom jogo, e isso por causa de problemas da época (a simplicidade da história e do sistema de batalhas, por exemplo). Foi com grande surpresa que hoje pude contemplar um dos lançamentos mais importantes do ano para o portátil, e posso dizer com admiração que o salto do terceiro para o quarto episódio foi imenso, e isso se percebe logo nos primeiros momentos.

A complexidade da trama e a profundidade dos personagens me deixou sem palavras. Como, naquela época, e com aqueles gráficos, questões tão importantes eram abordadas em um jogo, de forma tão madura e inteligente? Os diálogos devem ter sofrido (no bom sentido) alterações, e com uma dublagem competente, bem como o posicionamento de câmeras nas cut-scenes (cenas não interativas) óbviamente aumentaram o impacto das cenas de história, ainda mais rodando no DS. O game ganhou modelos mais bem desenhados que o antecessor, e a trilha sonora parte para o mundo Final Fantasy que nós conhecemos, com canções belíssimas (a Theme of Love é simplesmente maravilhosa, e consigo até ver como ela poderia ser uma música respeitada caso não tivesse acompanhado um game), além de algumas clássicas da série. O sistema de batalha não faz feio dessa vez, introduzindo o ATB (Active Time Battle, uma espécie de "turnos em tempo real") e acrescentando novidades, como técnicas em conjunto. Tudo isso faz deste título um entretenimento inquestionável para os amantes dos RPGs.


A belíssima abertura do game:


Com tantos games da SE no DS, seu papel parece mais notório no portátil que o da própria Nintendo, e com todo esse recente alvoroço em torno de Final Fantasy XIII no X Box 360, não consigo deixar de pensar numa frase dita pela empresa quando se fundou (Square e Enix, antigas rivais): "Nosso objetivo é ser tão grande quanto a Disney já foi". Será que ela vai conseguir?

O Cavaleiro das Trevas: Impressões


Diego Araújo: Catatônico. Foi assim que eu fiquei quando acabou Batman: O Cavaleiro das Trevas. As luzes do cinema foram se acendendo e eu permanecia imóvel, de queixo caído. O novo filme do Homem-Morcego extrapola rótulos. É uma obra tensa, empolgante, perturbadora, impecável. Um filme sobre escolhas, sobre os limites do ser humano e sua sanidade. Acho que aquele caminhão, que todos viram capotar de forma espetacular nos trailers, é uma alegoria do que aconteceu com o pobre cérebro deste satisfeito cinéfilo que vos fala.
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Fernando Rodrigues: Dizer que O Cavaleiro das Trevas é o melhor filme de super-herói já feito não é elogio suficiente. O novo filme do morcegão consegue fugir totalmente aos padrões do gênero, e para ver isto, basta uma rápida comparação com Hulk, Homem de Ferro e todos os bons filmes de quadrinhos da ultima década. É um triller sombrio focado no embate entre Batman e o Coringa , numa história incômoda, fascinante e cheia de ação. Ah, Heath Ledger está simplesmente fantástico, realmente merecedor do Oscar.
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Daniel Rodrigues: Simplesmente o melhor filme do ano até o momento.
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Victor Martins: Misto de emoções durante cada cena. O filme comove, espanta, surpreende e deixa qualquer um perplexo em meio à ação e à roubada de cena do vilão. Este é responsável em causar dúvidas aos cidadãos de Gotham, que passam a se questionar se Batman é realmente um herói ou um perturbador.
The Dark Knight já é um dos melhores filmes do ano e porque não dizer um dos melhores do herói.
Agora fica a expectativa para saber quem conseguirá interpretar tão bem o Coringa como Heath Ledger e o que esperar da continuação. Se é que tem como ser tão brilhante como essa. Bom, pelo menos esperamos que seja possível.
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Rafael Ordóñez: "Jesus fuckin' Christ!!"

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Para ninguem criticar...

Por Fernando Rodrigues

Heath Ledger com seu novo Coringa.

Não que alguém de fato vá fazer isso, mas... é sempre bom lembrar como as coisas já foram um dia.



Até fico mais otimista.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Judas Priest - Nostradamus


Por Rafael Ordóñez

O Judas Priest, banda britânica formada no final dos anos 60, e que atualmente conta com Rob Halford no vocal, a dupla Glenn Tipton e K.K. Downing nas guitarras, o baixista Ian Hill, e Scott Travis nas baquetas, é de importância e popularidade não menos que invejável no cenário Heavy Metal mundial, tendo influenciado várias outras grandes bandas, não só no que concerne ao som, mas também no que se refere ao visual composto por adornos de couro e ferro.


Com uma discografia recheada de verdadeiros clássicos, como British Steel, Screaming For Vengeance e Painkiller, a banda agora presenteia os fãs com mais um trabalho de estúdio, o aguardado Nostradamus. Duplo, o álbum é conceitual e conta a história do profeta francês do século XVI Michel de Nostredame, popularmente conhecido como Nostradamus.

Por se tratar de um obra conceitual, foi realizado um excelente trabalho de ambientação em cima das faixas, ou seja, houve presença de orquestra e uso algumas vezes excessivo de teclados. O álbum já abre com a instrumental Dawn Of Creation, e introduz o ouvinte à um contexto diferente do que se espera de uma banda de Heavy Metal tradicional como o Judas Priest.

Ao decorrer das faixas, são encontradas passagens que rapidamente remetem ao álbum anterior, o ótimo Angel Of Retribution de 2005, onde já se pode encontrar algumas passagens mais experimentais, como na longa faixa Lochness. No entanto, ainda existe em Nostradamus o que muitos fãs esperam do "Padre Judas", ou seja, aquela velha pegada da banda que, de cara, já é assimilada por qualquer fã. É quase impossível não sair cantando o refrão de Prophecy após sua audição, e, apesar do uso de vários elementos para "enfeitar" o som, como corais e demais efeitos, a faixa título, penúltima do disco, é puro Judas Priest.

No mais, Nostradamus é quase todo ambientação, e como já disse, não muito do que se espera do som tradicional da banda. Se o objetivo foi experimentar em um álbum conceitual, ele está mais do que cumprido. Porém, no que se refere ao som, este último trabalho do Judas dividiu opiniões.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Hancock

Por Diego Araújo
Nunca se produziu tantos filmes de super-heróis como nesta década. A razão não é nenhum mistério: o fato é que o tema nunca deu tanto retorno aos estúdios. Depois de algumas tentativas sofríveis, Hollywood percebeu algo que os fãs de quadrinhos já sabiam há anos: estes personagens, um tanto excêntricos e bastante icônicos, também podem gerar histórias comoventes, profundas e divertidas. Enfim, abrangentes. Pois ao contrário do que se imaginava há algum tempo, os heróis são capazes de atrair um público bastante amplo – a prova são sucessos de bilheteria e crítica como Homem-Aranha 2, Homem de Ferro e Batman Begins.

Hancock se propôs a dar um passo além no estilo. A carta na manga? Investir em um roteiro original com um personagem nada convencional, interpretado por um dos astros mais carismáticos do cinema.

Will Smith (Eu sou a Lenda; À Procura da Felicidade) encarna um herói cujo “índice de aceitação pública” não é dos mais favoráveis. Alcoólatra, inconseqüente e boca suja, John Hancock definitivamente passa longe da imagem de campeão da justiça que os cidadãos esperam de um sujeito dotado de invulnerabilidade, vôo e super-força. Mesmo não deixando de cumprir sua “função”, suas ações estabanadas costumam causar mais prejuízo do que os próprios crimes que impede. Mas ele tampouco parece se importar. Ou pelo menos é o que pretende transparecer, entre uma garrafa e outra de vinho.

No entanto, a vida de Hancock toma rumos inesperados no dia em que ele salva a vida de Ray Embrey (Jason Bateman, de Juno), um relações públicas não muito bem-sucedido, porém bastante sonhador. Como forma de agradecimento, Ray toma como missão pessoal transformar a imagem do herói. A empreitada, porém, não é vista com bons olhos por sua esposa, Mary (Charlize Theron, Terra Fria; Monster), que demonstra um claro e crescente desconforto na presença de Hancock.

A primeira parte da trama enfoca basicamente a interação de Hancock com um mundo no qual é um ser claramente deslocado. A representação bastante realista da cidade de Los Angeles e sua relação com o superpoderoso é mostrada de maneira bastante fluída, com ótimas sacadas de humor. Competente como de costume, Smith consegue retratar um personagem palpável, que envolve emocionalmente a platéia. Por trás do jeito marrento do anti-herói, é possível enxergar alguém que gostaria de ser compreendido e aplaudido. O problema é que ele mal sabe algo sobre si mesmo, o que torna mais difícil que abandone sua expressão de poucos amigos.

Á medida que embarca em seu processo de “reabilitação”, porém, o protagonista é exposto a situações que revelam os verdadeiros motivos de sua solidão. Com isso, o segundo ato do filme sofre uma estranha mudança de rumos, ganhando uma carga dramática que não condiz com o que vinha sendo apresentado até então. Por um lado compreende-se a intenção dos autores de surpreender o público, abordando aspectos da relação entre os personagens até então impensados. A idéia, porém, é pouco aprofundada e sua execução deixa muito a desejar.

No balanço final, é certo que se esperava mais de Hancock. O que poderia ser uma produção revolucionária acabou perdendo tal potencial, devido ao roteiro que não soube amarrar bem os momentos dramáticos com os de comédia. Ainda assim, é um bom filme, que merece seu lugar no crescente gênero dos super-heróis.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

WALL-E


Por Fernando Rodrigues
Comecemos sem hipocrisia: não dá pra julgar um longa antes de assistir, mas eu já imaginava que de certa forma, WALL-E seria um grande filme. Digo isso pelo fato de que não tem como deixar de levar em conta o histórico avassalador de uma empresa como a PIXAR. De Toy Story (que continua sendo meu favorito), a Os Incriveis, Procurando Nemo e o mais recente Ratatouille, é de se esperar um certo padrão de qualidade. A sala do cinema (cheia, logicamente) estava empilhada de crianças, mas havia alguns adultos ali. E eu nem me importaria se não tivesse (como aconteceu com Carros), já que eu sei que a partir do momento que as luzes se apagassem e eu me deixasse levar pela ilusão do cinema, ficaria totalmente atraido por um desenho (permitam-me usar este termo) que agrada igualmente adultos e crianças, por possuir charme e acontecimentos inventivos que qualquer garoto se amarra, sem deixar com isso de construir um roteiro inteligente com personagens interessantes.

Neste quesito, WALL-E é a obra prima da PIXAR. Do momento em que vemos os créditos iniciais (com a ótima Put Your Sunday Clothes, mostrada frequentemente em um VHS) somos apresentados ao robo que dá nome à história, e a cada minuto conhecemos mais aquele indivíduo e descobrimos que seu charme, curiosidade a tudo que o cerca (repare o interesse que ele meche nos lixos) e um jeito bem humano conseguem a difícil tarefa de carregar a primeira parte da projeção nas costas (e digo difícil porque até certo ponto ele é o único personagem na tela e a capacidade do longa não entediar as crianças é digna de aplausos). Com a chegada de EVA, inicia-se um lento relacionamento, e aos poucos nos envolvemos com a dupla, em momentos que fluem como o de bons (e raros) filmes de Hollywood.

Técnicamente, o filme brilha, dando um pequeno passo à frente das obras anteriores da PIXAR. Mas fica o aviso: apesar de contar com sequencias plásticas absolutamente belas (como o balé espacial), o destaque de WALL-E foi mesmo a narrativa, portanto não esperem ver cenas de ação de cair o queixo como em Os Incríveis. Isso demonstra que o objetivo dos criadores foi produzir mais um bom filme do que um espetáculo visual. Destaque interessante também são as ótimas refencias, e aqui Kubrick ganha destaque com seu Odisséia no Espaço (um filme de 68, diga-se de passagem). O AUTO assume a forma de HAL 9000, o clássico robo de 2001. Além disso, seu memorável tema é ouvindo em certo momento, como também a música Blue Danube (que está no filme de Kubrick). São homenagens inteligentes e sutis, que demonstram o carinho da PIXAR pelo público mais velho.

Pecando apenas por desenvolver um terceiro ato que poderia causar mais impacto (algo que ocorreu com o ótimo Happy Feet, para dar um exemplo), WALL-E acaba criando um climax divertido, porém que não faz nenhuma rima na narrativa com seu inicio grandiosíssimo . Mas isso, de maneira alguma prejudica o resultado final. A genialidade das mentes por trás da PIXAR parece nunca esgotar, e essa é só mais mais uma prova de como é possível criar um filme sólido e cativante, que os pais vão querer sentar ao lado de seus filhos para assistir.

terça-feira, 1 de julho de 2008

Luz, câmera, ação!

Por Fernando Rodrigues
O mundo do entretenimento não para. Do momento em que reuníamos para conversar a respeito deste blog até agora, caímos no chão com o tanto de novos produtos icônicos, alguns destes que podem (e devem) dominar uma geração. Indiana Jones, personagem clássico dos anos 80, volta ao cinema com um filme divertido e empolgante (ainda que não seja memorável). O verdão também retornou de cara nova, empalidecendo a versão de 2003 (de Ang Lee) com um elenco, direção e cenas de ação ímpares. No mundo dos games, foi lançado Metal Gear Solid 4, um dos títulos mais esperados do ano, cumprindo a enorme expectativa, ocupando um padrão de qualidade notável e um enredo marcante, características da série de Hideo Kojima. Veio também a recente e bombástica notícia de que a Blizzard está preparando Diablo 3.Na música, Cold Play volta com tudo, no diferente (ainda que bom) Viva La Vida or Death of All His Friends. Nos quadrinhos, Luke Ross foi confirmado como desenhista da série mensal O Capitão América. E, de voltas às telinhas, nesse final de semana pude contemplar o lançamento de Wall-E, novo filme da Pixar. Não é exagero dizer que se trata de uma obra de arte do cinema contemporâneo.
Ao lado de Diego Araújo, Rafael Ordóñez e Daniel Rodrigues (que ficará encarregado de produzir Charges todo domingo), o blog NO Anchovas irá tratar de diversos assuntos relacionados à digníssima cultura pop. De filmes, músicas, quadrinhos e games, você, caro leitor, está convidado para se informar a respeito desse maravilhoso mundo do entretenimento, tudo com uma dose do nosso temperinho especial. Sem anchovas, claro.